
Quando, como pais, nós providenciamos boas condições e um bom conteúdo, realizamos muito no sentido de apoiar uma imitação saudável.As condições são boas quando a criança pode viver numa atmosfera de confiança e certeza. Crianças inseguras não imitam. Elas imitam naturalmente numa atmosfera de confiança, abertura e comunicação. Nós propiciamos um bom conteúdo quando oferecemos o que vale a pena ser imitado. Isto não significa que tudo deva ser cor-de-rosa, harmonioso e afetuoso. Significa, porém, que os gestos devem ser verdadeiros e adequados à situação – preto quando deve ser preto. A garantia da qualidade é a veracidade. A imitação não é nem boa nem má; somente existe. Ela é dada pela natureza; é instintiva. Os animais seguem os impulsos de seus corpos e também imitam o que veem seus pais fazer. Nos humanos, a imitação permite às crianças crescer além do que é imposto pelos instintos do corpo. Os adultos no entorno da criança têm oportunidade de propiciar tanto situações dignas de serem imitadas quanto situações indignas. Nas duas circunstâncias, a imitação é muito poderosa; ela pode arruinar o comportamento das crianças ou ajudá-las a realizar seu próprio potencial.
Crianças pequenas não conseguem distinguir entre o que gostariam de imitar ( o que vale a pena) e o que preferencialmente não deveriam imitar (o que não vale a pena); elas não conseguem imitar seletivamente, e sim imitam tudo o que percebem.( texto retirado do livro Os primeiros sete anos, de Edmond Schoorel)