O aprendizado da criança se dá através dos órgãos dos sentidos, isto é, movimentando-se, correndo, subindo em árvores, pulando, rolando na grama, tomando banho de chuva, brincando preferencialmente na natureza, tendo contato direto com materiais orgânicos, como madeiras, pedras, animais. O papel adequado do adulto é proporcionar um ambiente que esteja seguro para que a criança possa estar explorando os seus órgãos dos sentidos com segurança.
Quando não damos oportunidade à criança de explorar os sentidos, estamos interferindo em seu aprendizado. Atualmente são muito comuns os cuidados extremos por parte dos adultos, tanto que até esse fenômeno têm proporcionado muitos trabalhos acadêmicos, usando o termo “superproteção”.
A Pedagogia Waldorf é uma forma diferenciada de educar, baseada no desenvolvimento do ser humano. Para que esse desenvolvimento aconteça de forma sadia, a criança precisa ter autonomia para brincadeiras de forma livre, preferencialmente com brinquedos não prontos, tais como pedaços de madeira, cordas, entre outros; ela precisa ter liberdade para vencer pequenos desafios, como subir numa árvore, correr, pular, e tudo isso sob o olhar atento do adulto. Este deverá ter o cuidado de não usar excessivamente os aparelhos eletrônicos na presença da criança, que desejará imitá-lo, mas que a deixa num estado passivo, prejudicando de maneira considerável seu desenvolvimento.
Em situações nas quais a criança cai, quando está correndo e se machuca, irá aprender a ter mais cuidado, conhecendo seus limites. Quando ela chora, é importante não impedí-la de expressar a dor que está sentindo: poderá ter uma sensação de alívio e a possibilidade de se estabilizar novamente. Se ela não vivencia isso na primeira infância, nas etapas posteriores ela terá a tendência muito grande de não saber superar as crises, entrando facilmente em desespero e não sabendo administrar situações melindrosas.